Dose Efetiva Em Exames Radiográficos De Tórax: Um Estudo Com Fantoma Semi-Anatômico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29384/rbfm.2024.v18.19849001779

Palavras-chave:

Radiografia, Radiologia computadorizada, Dose efetiva, Razão Sinal-Ruído

Resumo

O presente estudo experimental avaliou a influência da técnica de exposição na qualidade da imagem (QI) e na estimativa da dose efetiva (DE) em exames radiográficos de tórax, com o objetivo de otimizar essa técnica. Utilizando um equipamento radiográfico fixo, um fantoma semi-anatômico de tórax e um sistema de radiologia computadorizada (RC) para digitalização das imagens, foram testadas dez combinações de técnicas de exposição, cinco para cada uma das incidências: póstero-anterior (PA) e lateral (LAT). Medições de dose de radiação foram realizadas com um conjunto dosimétrico calibrado. A DE e a dose média nos órgãos internos foram estimadas para cada conjunto de técnica-incidência utilizando o software PCXMC. A avaliação da QI foi conduzida através da ferramenta "regiões de interesse" do software ImageJ, calculando-se a relação sinal-ruído (RSR) e a relação contraste-ruído (RCR) com base nos valores médios de sinal e ruído obtidos. Uma Figura de Mérito (FM) foi desenvolvida para avaliar a influência da otimização da técnica na QI e dose de radiação. Os resultados indicaram que a estratégia de aumentar a tensão em 44,4% (de 81 para 117 kVp) e reduzir o produto corrente-tempo em 92% (de 20 para 1,6 mA.s para PA e de 40 para 3,2 mA.s para LAT) permitiu uma redução de aproximadamente 90% na DE para ambas as incidências, influenciando minimamente na degradação dos descritores de QI (RSR e RCR). Além disso, a glândula tireoide foi exposta à menor quantidade de radiação em comparação com a medula, coração e fígado, os quais apresentaram valores de dose semelhantes para incidência PA, enquanto na LAT, o fígado recebeu a dose mais alta em relação aos outros órgãos. As doses estimadas podem servir como linha de base para outros serviços, ajudando na otimização da proteção radiológica do paciente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

HAUGE, I. H. et al. Radiography: Impact of lower tube voltages on image quality and radiation dose in chest phantom radiography for averaged sized and larger patients. 2017.

HÄGGMARK, Ilian et al. Phase-contrast virtual chest radiography. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 120, n. 1, p. e2210214120, 2023.

TOMPE, Aparna; SARGAR, Kiran. X-Ray Image Quality Assurance. StatPearls [Internet], 2020.

BUSHONG, Stewart C. Manual de radiología para técnicos: Física, biología y protección radiológica. Elsevier Health Sciences, 2022.

BONTRAGER, Kenneth L.; LAMPIGNANO, John P. Tratado de posicionamento radiográfico e anatomia associada. Elsevier Brasil, 2017.

TSAPAKI, V. et al. The International Atomic Energy Agency action plan on radiation protection of patients and staff in interventional procedures: Achieving change in practice. Physica Medica, v. 52, p. 56-64, 2018.

CNEN –Comissão Nacional de Energia Nuclear. Norma CNEN NN 3.01: Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica.Rio de Janeiro -RJ, (2024).

STUK. Radiation and Nuclear Safety Authority. PCXMC—a PC-based Monte Carlo program for calculating patient doses in medical X ray examinations. Finnish Radiation and Nuclear Safety Authority. Disponível em: http://www.stuk.fi/sateilyn kaytto/ohjelmat/PCXMC/en GB/pcxmc/. Acesso em: 10 mai. 2023.

VIANNA, E.R.L.; SCHWARZ, A. P. (2020). Desenvolvimento e Construção de um Fantoma de Tórax para Uso nos Estudos de Imagens Radiológicas [Trabalho Final de Graduação, Universidade Franciscana-UFN].

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Radiodiagnóstico médico: segurança e desempenho de equipamentos. 2005.

ANVISA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Resolução no 611, de 09 de março de 2022. Estabelece os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista e regulamenta o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 mar. 2022.

ALVAREZ, Matheus et al. Dose Efetiva e Nível de Referência de Dose (DRL) em radiologia em um hospital terciário. Revista Brasileira de Física Médica, v. 16, p. 678-678, 2022.

PROTECTION, Radiological. ICRP publication 103. Ann ICRP, v. 37, n. 2.4, p. 2, 2007.

WAYNE R. Software para processamento e análise de imagens. USA: National Institute of Mental Health, Java. 2021. Disponível em: http://rsbweb.nih.gov/ij/download.html Acesso em: 03 Jun. 2023.

CLAUS, Thiago Victorino et al. A influência da lei do inverso do quadrado da distância nos indicadores de exposição e qualidade de imagem para exames radiográficos de pelve. Research, Society and Development, v. 13, n. 4, p. e1013445448-e1013445448, 2024.

BUSHBERG, J. T. The essential physics of medical imaging. 2. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2012.

MRAITY, Hussien AAB et al. Development and validation of a visual grading scale for assessing image quality of AP pelvis radiographic images. The British journal of radiology, v. 89, n. 1061, p. 20150430, 2016.

MENDES, Hitalo Rodrigues; SILVA, Júlio Casagrande; TOMAL, Alessandra. Simulação Monte Carlo em radiografia de tórax: estudos de dose e qualidade da imagem. Revista Brasileira de Física Médica, v. 13, n. 1, p. 145-153, 2019.

BARBA, James; CULP, Melissa. Copper Filtration and kVp: Effect on Entrance Skin Exposure. Radiologic technology, v. 86, n. 6, p. 603-609, 2015.

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Instrução normativa - in nº 90, de 27 de maio de 2021, Diário Oficial da União, Edição: 101, Seção: 1, Página: 149, Publicado em:31/05/2021.

DE OLIVEIRA, Paulo Marcio Campos. Avaliação de parâmetros da qualidade de imagem e dosimetria de pacientes submetidos a exames radiológicos de tórax. 2012.

METTLER FA, HUDA W, Yoshizumi TT, MAHESH M. Effective Doses in Radiology and Diagnostic Nuclear Medicine: A Catalog. Radiology. 2008; 248(1):254–63.

METAXAS, Vasileios I. et al. Patient doses in common diagnostic X-ray examinations. Radiation protection dosimetry, v. 184, n. 1, p. 12-27, 2019.

WADA, Danilo Tadao; RODRIGUES, José Antonio Hiesinger; SANTOS, Marcel Koenigkam. Anatomia normal da radiografia de tórax. Medicina (Ribeirão Preto), v. 52, n. supl1., p. 17-29, 2019.

CARROLL, Q. B. Radiography In The Digital Age: Physics - Exposure - Radiation Biology. Ed. 2. China: Publisher, 2014.

DANCE, D. R.;CHRISTOFIDES, S. et al. Diagnostic radiology physics: a handbook for teachers and students. Vienna. International Atomic Energy Agency, 2014.

KUNITOMO, Hiroshi; ICHIKAWA, Katsuhiro. Signal-to-noise ratio improvements using anti-scatter grids with different object thicknesses and tube voltages. Physica Medica, v. 73, p. 105-110, 2020.

HUDA, Walter; ABRAHAMS, R. Brad. Radiographic techniques, contrast, and noise in x-ray imaging. American Journal of Roentgenology, v. 204, n. 2, p. W126-W131, 2015.

AL-MURSHEDI, Sadeq; HOGG, Peter; ENGLAND, Andrew. Relationship between body habitus and image quality and radiation dose in chest X-ray examinations: a phantom study. Physica Medica, v. 57, p. 65-71, 2019.

MC FADDEN, Sonyia et al. Digital imaging and radiographic practise in diagnostic radiography: an overview of current knowledge and practice in Europe. Radiography, v. 24, n. 2, p. 137-141, 2018.

Downloads

Publicado

2024-09-11

Como Citar

Victorino Claus, T., Augusto Soares, F., Soares Gomes, T., Baumhardt, T., Costa do Amaral, I., Fetzer, J., & Vargas Cassol, L. (2024). Dose Efetiva Em Exames Radiográficos De Tórax: Um Estudo Com Fantoma Semi-Anatômico. Revista Brasileira De Física Médica, 18, 779. https://doi.org/10.29384/rbfm.2024.v18.19849001779

Edição

Seção

Artigo Original